quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Mundo do Twitter



Eu tenho Twitter, já faz um tempinho, mas agora que estou tentando explorar melhor ele, pois até então não compreendia muito bem sua função. E sua função pode ser bem múltipla, mas se resume, pelo que eu entendi até então, em falar de coisas pessoais do seu dia a dia, seus afazeres, suas idéias, seu ritmo, suas opiniões para as pessoas que te seguem, e vice versa. Quase como um diário online que é aberto para seus seguidores.

Muitos famosos se apoderaram rapidamente do Twitter, pois ali eles podem satisfazer seus fãs, deixando eles mais próximos de suas vidas, acompanhando como algumas revistas já fazem, suas opiniões e rotina, além de divulgar melhor seu trabalho. Essa é uma função, a outra é que o Twitter também serve como um local de propaganda em massa, simples, rápido, acessível e fácil.

A primeira vez que ouvi falar do Twitter, acabei tendo uma rejeição instantânea, um conceito prévio, ou como se diz, um preconceito, devido a estranheza em ter que escrever frases curtas, ou seja, poucas palavras. Ainda tenho um conceito meio crítico sobre escrever frases curtas, pois penso ser isso muito técnico, quase como algo exato demais, mas sei bem que fora essa a intenção dos seus criadores, em não deixar o Twitter se transformar em um Blog, nem em Orkut ou Facebook, e sim em algo terceiro, que expresse rápido e instantâneo a sua ação ou seu pensamento. É obvio que quem não gostar desse sistema, não tem o que fazer naquele mundo “twitteriano”, mas é preocupante pensar que muitos jovens aderiram o Twitter de forma muito fanática, a ponto de se utilizar coisas da mais pura intimidade, e isso pode ser perigoso. O segundo ponto preocupante do fanatismo ao Twitter é que muitos já estão utilizando frases mais curtas em outros lugares que dão espaço para se expressar melhor, ou até em locais que pedem que desenvolva melhor as idéias. Exemplo disso, na sala de aula, quem é professor já está começando a perceber isso nas provas que exigem desenvolvimento e articulação das idéias, mas claro que isso não é culpa do Twitter, porém ele ajuda a agravar essa situação. É obvio que o encurtamento do pensamento em poucas palavras, pode levar ao laconismo e conseqüentemente a esterilidade das idéias. As frases começam a ficar quase sem sentido, com encurtamento e abreviações esdrúxulas, ou até opiniões pela metade e sem justificativa. Resumir não é somente facilitar e agilizar, mas também reprimir o pensamento, a capacidade exemplificativa e argumentativa, ou seja, enxugar ou espremer e jogar a idéia bruta e reta. O mundo está se transformando, cada vez mais em técnico, e as pessoas em “tecnólogos” que sabem executar exclusivamente uma função, não conseguindo ver o amplo, o macro, o total, mas somente a parte, praticamente um sistema fordista mental. Principalmente o ocidente está esquecendo que a base da nossa civilização ocidental provém, em grande parte, de filósofos como os gregos, filósofos que foram antes de tudo, grandes pensadores, teorizadores, articuladores das idéias. E foram esses pensadores, que compreendiam o macro, o todo, aqueles que se entendiam e discutiam suas concepções e teorias, que conseguiram criar a matemática, os teoremas, as grandes ferramentas da nossa humanidade, para se desenvolver. Exemplo: Pitágoras, e outros um pouco mais recentes como, Isaac Newton, Albert Einstein, entre tantos outros pensadores, filósofos e cientistas desse mundo.

O Twitter também simboliza bem o momento em que o mundo vive atualmente, assim como Orkut, entre outros sites de relacionamento. Antes, até meados do século XX, a humanidade se reprimia em muitas coisas, atitudes, exposição de pensamentos, posturas, e sexualidade. Isso era a ditadura da repressão. Do fim do século XX para o início do século XXI, a humanidade saiu da ditadura da repressão, para a ditadura do posicionamento. Agora somos obrigados a todo instante a nos posicionar sobre tudo, perante a todos, até nas coisas íntimas, e isso não é lei constitucional, mas uma imposição da sociedade ocidental. Maior exemplo disso é que somos obrigados a nos definir sexualmente para todos, tendo que se enquadrar nos rótulos: Hétero, Bissexual, Gay, Lésbica, Travesti, Transformista, Simpatizante,“Curioso”, “Arrependido”, etc e etc. O simples fato das pessoas saberem o que está se passando no dia a dia alheio, já demonstra esse anseio e desejo de saber o que seu amigo está fazendo e achando, ou o que seu artista predileto disse hoje na página. O que o outro acha, pensa e faz agora virou coisa pública, e de interesse de todos.

O Twitter é mais uma ferramenta da internet, tem sua função, é legal e interessante, mas também é viciante, tem que ter seus cuidados e não pode subir a cabeça, pois “twittar”, “orkutar” entre outros, pode parecer brincadeira e uma simples diversão, mas nunca devemos esquecer que ele meche com vidas de pessoas, e suas informações pode servir para dois lados, para o bem da pessoa, ou para o mal.

2 comentários:

  1. Muito bom o texto! Acho que isso que você assinalou, a mudança na linguagem, é tendência da Internet em si, não só do Twitter!

    E é bom saber que mesmo com essa tendência, ainda há endereços como este na net pra se ler textos instigantes e de conteúdo o/

    Abraços.

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  2. Opa obrigado!
    Realmente é uma tendencia da net, ta caminhando para a falta de articulação de ideias, e argumentação, cada vez mais estéril.

    Vlw pelo elogio, digo o mesmo do seus escritos, ainda bem que tem pessoas que se preocupam em saber escrever e desenvolver idéias.

    Abraços

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