segunda-feira, 12 de julho de 2010

Música, rima e gosto

Eu não sou um bom conhecedor de músicas, muito menos sei compor, tocar ou cantar. Dificilmente lembro nome de músicos, bandas e cantores, só mesmo daqueles que gosto muito, e olha lá. No entanto, não deixo de opinar se acho algo bom ou ruim, mas baseio na crítica mais simples e sem complexidade, o gosto, e na minha opinião é válido dizer “não gosto disso”. Acho muito melhor dizer “não gosto” porque a música não lhe proporcionou nenhuma afinidade, do que dizer que gosta, para se mostrar, por exemplo, ser “moderninho”, ou culto, ou até mesmo pertencente a um estilo, sendo que não são, na verdade, aquelas músicas que te agrada. Hoje, por exemplo, estava fazendo algo super “agradável” para mim, arrumando meu quarto que já estava uma zona, e o vizinho dos fundos pôs suas músicas sertanejas, para que o bairro ouvisse. Não sou um apreciador da música sertaneja, mas se está tocando perto de mim, não me retiro ou me isolo por conta disso. Tentando até entender um pouco a letra, uma coisa logo de início me irritou, e que me irrita muito nas músicas brasileiras em geral, é a necessidade de fazer uma música inteira rimada, forçando as rimas. Como eu disse, eu não sou nenhum experiente e nenhum bom conhecedor da música, mas será que há necessidade de fazer uma música inteira rimando? Eu observo muito isso na música brasileira que, para tentar fazer uma letra musicalizada, se utiliza de rimas, muitas vezes pobres, estranhas e sem muita coerência, fazendo um “repeteco” de finais silábicos, sem dar muito sentido, ou repetindo a mesma idéia, sem ter muito o que dizer. Para mim, uma música para ser boa de se ouvir, ela tem que ser musicalizada sim, mas não necessariamente na letra. Para isso que existe o instrumento musical, invenção tão antiga que nem conseguimos datar com exatidão sua origem ainda, mas que está presente em todos os povos.
Claro que têm músicas e músicas que eu gosto e que possuem rimas. Porém, muitas são em inglês, e não tenho problema nenhum em dizer que gosto, mas observo que as rimas são postas mais no refrão, que para mim, dá maior liberdade aos compositores e cantores da língua inglesa, em expor suas idéias de forma mais rica, fazendo-nos identificar melhor com elas, devido a sua variedade de assuntos e sentimentos abordados. Além disso, acredito que no inglês, a rima seja mais fácil e suave para se colocar em uma música. Não estou dizendo que as músicas em inglês sejam melhores do que as brasileiras, aliás existem muitas músicas brasileiras que são incríveis e que ouço, e não me envergonho, mas bem que as nossas músicas poderiam diminuir um pouco essas repetições silábicas meio esdrúxulas, e investir mais no conteúdo e nos instrumentos múltiplos. O Brasil é um país tão rico em culturas e ritmos, tem tanto a dizer e se expressar, mas cai muito nas mesmices, fazendo músicas sinônimas, igual acontece com as nossas novelas, que dizem e exibem praticamente a mesma coisa, quase sempre.
     Não sei dizer se é a língua portuguesa que nos exige tanto essa sonoridade de rimas para poder cantar, talvez até seja, e gostaria que pessoas do meio musical, desde compositores, cantores, ou estudiosos me explicassem se isso é uma limitação nossa ou uma necessidade. Mas mesmo que seja uma necessidade, já acho que nossas músicas andam meio sem orientação e zelo pelas rimas. Acho e sempre achei as rimas perigosas e difíceis de fazer, pois para mim, rimar é fazer uma concordância com as semânticas e com a sonoridade, em que uma palavra completa a outra, dando o encantamento necessário, para ser admirado como algo raro, acrescentando na melodia, e não se tornando algo enfadonho e chato.
     Como eu disse, música é uma questão de gosto, de opinião, e para deixar claro que gosto também de rimas, deixo aqui exemplos de duas músicas que tem as rimas bem feitas e em um tom agradável, para mim:


http://www.youtube.com/watch?v=gTs2i0p5ilE

http://www.youtube.com/watch?v=x6ToqVt68sE

2 comentários:

  1. Fala Juninho,

    existem uma infinidade de músicas variadas para se adequar a cada estilo de pessoa.
    Já notou q nós podemos ter estilos musicais q não gostamos, mas todos gostamos de alguma música?

    Música é algo fantástico q acaba atingindo todos os tipos de pessoas e não há quem não goste de música em sua totalidade!

    Até alguns ritmos q não gostamos consegue mexer conosco e não podemos ficar parados ao ouvir...

    Amo música e adorei oq vc escreveu!

    Abraços

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  2. Hehehe... sim sim, todos nós gostamos de alguma musica, isso é inegável! A música realmente é muito ampla, tem muito a dizer e varia com o gosto de cada um.
    Obrigado por comentar!!!

    Abração

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